Photo: Ernesto Rodrigues with Nuno Torres and Miguel Bernardo
Geometrias regulares e irregulares na forma e no conteúdo, fluidez, densidade, respiração, elementos visuais associados à progressão sónica, reinvenção acústica espácio-temporal. Vocabulário e pensamento musical colectivo feitos de muitas linguagens convergentes que brotam duma multitude de fontes. Os sinais instigam os acontecimentos, a trip de energia. Naipe de cordas, secções de sopros e de percussão, electrónica de gratinados e ondas oscilantes, pulsão jazz – tudo revisto e aumentado no que ao potencial de contraste tímbrico e textural diz respeito. Música que, a um tempo, transporta em si um exercício de memória, repristinação de vários segmentos do passado – do seu próprio passado – e de página em branco, o momento anterior à consciência.Tribalismo e tentação afro, o drone que arrepia, sons que nascem e se desvanecem sem se saber de onde nem por onde, interpenetração de motivos, nuance, tensão rítmica, explosão, policromia, climax, som total. Um mundo de sonoridades inquietantes que instauram a perplexidade. Outro concerto da Variable Geometry Orchestra, sinfonia para improvisadores envolvidos no processo de ouvir e transformar. Eduardo Chagas (Jazz e Arredores)
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