domingo, 30 de dezembro de 2012
CS
photo: Ernesto Rodrigues with Antez
Creative Sources a acquis la réputation de livrer à nos oreilles une avalanche d'enregistrements "radicaux" d'improvisation rédutionniste- expérimentale. On a découvert Bertrand Gauguet, Mazen Kerbaj, Birgit Uhler, Ruth Barberan, Jean-Luc Guionnet. Jason Kahn, Leonel Kaplan, Sharif Sehnaoui, Wade Matthews et Ernesto Rodrigues, bien sûr, ... etc etc ... et aussi des artistes tout à fait méonnus. Dans la masse, on avait l'impression que les perles étaient un peu noyées. Plus récemment, un quartet de Phil Minlon, Thomas Lehn, Ute Wassermann ct Martin Blume nous donnait à entendre de l'impro libre "traditionnelle" (si je peux m'exprimer ainsi).
Il semblerail que cette tradition revient en force dans le catalogue CS. On se croirait chez Emancm ou FMP. Jean-Michel van Schouwbourg
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
CREATIVE SOURCES
photo: Ernesto Rodrigues with Guilherme Rodrigues
Soyons francs : le label Creative Sources est un label ouvert et novateur et il présente des co-productions d'artistes d'horizons très variés après avoir été le réceptacle de démarches innovantes dans l'improvisation radicale. C'est à la fois une mine de trésors, une collection intéressante de projets mûrement réfléchis, un portefeuille de cartes de visites, les témoignages d'associations momentanées et d'instants fugitifs. J'ai essayé de retracer des albums qui me semblent mériter le détour parmi les dizaines de productions récentes ou plus anciennes (230 numéros au catalogue). Plus anciennes car il y a sûrement des choses qui nous échappent. Note : cette page - ci sera complétée. Jean-Michel van Schouwbourg
sábado, 15 de dezembro de 2012
Todd McComb's Jazz Thoughts
photo: Ernesto Rodrigues with Christian Wolfarth
[...] Earlier this year, I noticed the Creative Sources label for the first time, via the new release listings at Squidco. This label has a distribution association with Clean Feed, was started at the same time, and is almost as prolific. However, Creative Sources is directed by Portuguese violist Ernesto Rodrigues (b.1959), and a large portion of the catalog includes his playing. Rodrigues' work exemplifies some of the discussion above, in that it's a free-form and often slowly moving exploration of texture between sometimes unusual instrument combinations. There is a sense of sonic tapestry perhaps, but definitely a close sense of timbral relationships between sounds and very detailed listening experiences both between the musicians and for the audience. Rodrigues is involved in so many recordings, it's difficult to know where to start, but I've been listening to a couple from 2011, particularly Le Beau Déviant featuring Heddy Boubaker on saxophone and Abdul Moimême on prepared electric guitar. [...] Todd McComb
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
NEAR SILENCE
photo: Ernesto Rodrigues with Christian Wolfarth and Ricardo Guerreiro
[...] Para saber da existência ou não da existência de uma comunidade em Portugal de músicos a praticarem este estilo musical, resolvi entrevistar por e-mail, dois músicos improvisadores, residentes em Portugal e ir assistir a dois concertos destes músicos. O primeiro concerto que assisti - Carlos Zíngaro (violino), Pedro Carneiro (vibrafone) e Carlos santos (laptop) teve partes de near silence e o concerto foi regido (nesses momentos de near silence) pelas técnicas da “threshold music”. Já o concerto dirigido por Ernesto rodrigues, foi um bom exemplo de near silence. Houve uma gestão inteligente do silêncio e todo o evento transmitia ao ouvinte, uma sensação de plenitude e relax. Ernesto Rodrigues (violino, viola, objectos, metrónomo) era um condutor das texturas subliminais que emergiam ao som circundante do palco (o concerto realizou-se na LX Factory e por vezes ouvia-se o som das pessoas que preferiram estar no café a assistir ao concerto); Guilherme Rodrigues (violoncelo, metrónomo) e Nuno Torres (saxofone alto, metronomo), intervinham muito espaçadamente e usando advanced thecnics no uso dos seus instrumentos. Gil Gonçalves (tuba, metrónomo) usava o espectro sonoro dos harmónicos e formants, para criar um som quase “fantasmagórico”. Abdul Moimeme (guitarra eléctrica, metrónomos) tocava em duas guitarras expostas paralelamente uma à outra e com uma tira de metal (usando-a como um arco de violino) conseguia obter som simultâneo de ambos os instrumentos. José Oliveira (percussão, metrónomo) usou inicialmente o piano como instrumento de percussão (usando baquetas diversas), para posteriormente ir para um kit incompleto de bateria. carlos Santos usou durante todo o concerto, o laptop de forma quase inaudível, criando texturas abstractas imperceptíveis. Por vezes - tal era o silêncio que pairava no palco - ouvia-se mais os sons provindos do café do andar de baixo, do que as paisagens sonoras que provinham dos músicos. Este espectáculo foi integralmente gravado directamente para um computador Mac, usando o software pro tools e as entrevistas realizadas por e-mail.
[...] Para o improvisador Ernesto Rodrigues - introdutor desta tipologia em Portugal - o near silence é “a resposta mais objectiva e contundente ao mundo desordenado, caótico e ruídoso em que vivemos. Digamos que faz o contraponto com a rudeza da realidade dos nossos dias. O estilo pode ser caracterizado pela percepção do silêncio ou seja, a consciencialização do mesmo, que se traduz também na economia dos sons – reducionismo”.
[...] Ernesto Rodrigues diz que:“embora se utilizem menos notas (e notas são todo e qualquer som), por outro lado os instrumentos são explorados integralmente, o que se traduz numa panóplia sonora muito mais rica e vasta. Logo, pode-se afirmar que sonicamente os instrumentos são cirurgicamente analisados o que se traduz nas chamadas “extended technics”. A tudo isto é necessário acrescentar um doseamento equilibrado entre som/ruído e silêncio”.
[...] Quis saber de seguida se em Portugal se podia falar da existência de uma comunidade de músicos praticando este estilo musical. Perguntei a Ernesto Rodrigues se ele se considerava de algum modo o pioneiro desta linguagem por cá, e ele respondeu-me assim: “De facto antes de mim, não tenho notícia de que alguém o tenha feito (em Portugal). Mesmo a nível internacional penso que o meu cd “Self Eater and Drinker” (projecto iniciado em 1997), aponta já para muitas das soluções que coetaneamente podíamos observar nas práticas mais representativas desta estética, tais como as escolas de Viena, Londres, Tokio, Berlim, Boston, etc. Nos ultimos 10 anos, tenho tido a preocupação de veicular estas ideias a alguns músicos de Lisboa que penso poderem desempenhar esta funçao com “agilidade” e competência. Fundei o grupo SUSPENSÃO que integra 8 elementos e que está direccionado exclusivamente para esta corrente estética”.
[...] Eu acredito que existe, na realidade, toda uma comunidade de músicos de diversas áreas e de diferentes povos, a fazerem near silence e que este é um estilo musical com características próprias. A forma como usam o silêncio e como o abordam, é uma idiossincrasia desta música. Em Portugal, curiosamente, só encontramos vestígios de músicos a praticarem esta música em Lisboa, o que não terá sido alheio o facto de Ernesto Rodrigues ou Carlos Zíngaro, residirem em Lisboa e um deles - Ernesto Rodrigues - dirigir uma editora de discos, onde publica obras deste género musical e o outro - Carlos Zíngaro - ser um dos músicos mais requisitados para actuar no estrangeiro com nomes cimeiros da música improvisada. Vitor Rua
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Festival MIA
photo: Ernesto Rodrigues with Nuno Torres and Ricardo Guerreiro
Foi completamente distinta a prestação de Ernesto Rodrigues, Nuno Torres e Ricardo Guerreiro, merecendo também a entusiasmada aprovação da assistência. No limiar do silêncio, o concerto só não se aproximou inteiramente do reducionismo, tendência com que está conotado Rodrigues, porque não houve economia de sons. Estavam, no entanto, todos os demais ingredientes desta tendência da improvisação, como a aplicação de técnicas extensivas para o manejo dos instrumentos convencionais em presença, a viola e o saxofone alto, e uma cuidada gestão das texturas, sobretudo por parte do "laptop". A trama urdida requereu a máxima concentração e o certo é que só se notavam os ruídos do exterior: a sala estava muda e expectante. Rui Eduardo Paes
Festival Música Viva (2)
photo: Ernesto Rodrigues with Radu Malfatti and Ricardo Guerreiro
O segundo programa da noite, “Improvisação”, foi verdadeiramente inesperado. O trio, composto por Ernesto Rodrigues (viola), Radu Malfatti (trombone) e Ricardo Guerreiro (computador), executou uma improvisação baseada nos sons do silêncio. Num concerto em que a componente visual complementou e reforçou a componente auditiva – ambas extremamente estáticas, com os instrumentistas praticamente imóveis do início ao fim da improvisação, assim como a evolução extremamente lenta de qualquer gesto musical executado –, acabou por existir uma ausência de tempo linear dos acontecimentos. Deixou-se, a dada altura, de ter a referência do que teria sido o início, o meio ou até o fim, existindo por isso uma nova conceção de tempo, lento, parado em si mesmo, quase como um instante que se repete e varia.
Entre os sons da respiração, o som eólio do trombone, as intervenções minimalistas da eletrónica e os tremolos da viola em pppp e em registos extremamente agudos, criou-se uma atmosfera musical que se traduziu num diálogo “mudo” entre o ensemble, o espaço e o público, em que tudo – até o silêncio - se transformou na improvisação deste trio. Tiago Cabrita
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Luso-Scandinavian Avant Music Orchestra
[...] É a nata de duas coincidentes realidades “a Sul” que encontramos, pois, neste concerto da Luso-Scandinavian Avant Music Orchestra. Sob a direcção de Raymond Strid (bateria, percussão), David Stackenas (guitarra), Sture Ericson (saxofones tenor e barítono, clarinete, clarinete baixo), Per Zanussi (contrabaixo), Per-Ake Holmlander (tuba) e Sten Sandell (piano, harmonium, sintetizador, voz) associam-se a Rodrigo Amado (saxofones alto, tenor e barítono), Nuno Rebelo (guitarra eléctrica), Ernesto Rodrigues (viola), João Paulo Esteves da Silva (piano, piano eléctrico, acordeão) e Gabriel Ferrandini (bateria) para uma improvisação colectiva que será, com certeza, um sinal das transformações que estão a processar-se a bem da música e de quem a ama, em igualdade de capacidades e circunstâncias, numa perspectiva de saudável cooperação. Um momento histórico, em suma. Rui Eduardo Paes
sábado, 22 de setembro de 2012
FESTIVAL MÚSICA VIVA
photo: Ernesto Rodrigues with Radu Malfatti and Ricardo Guerreiro
Na edição de 2012 do Festival Música Viva, esta quinta-feira, 21 de setembro, na Sala de Ensaios do Centro Cultural de Belém, em estreia absoluta, apresentou-se o trio de Ernesto Rodrigues (ER), Radu Malfatti (RM) e Ricardo Guerreiro (RG). Ao longo de cerca de três quartos de hora, o trio patenteou uma espantosa capacidade de criar e elevar a tensão, preservando a chama lenta, de baixa intensidade, reducionista mas calorosa. Assinalável, o modo como a música evoluiu a partir de um mínimo de atividade sonora, zonas cinzentas, silêncio espetral, pigmentos luminosos em suave justaposição. Mínimo, à superfície, porque mergulhado o ouvido nas profundezas do silêncio entre sons, descobriu-se uma energia subliminar latente nas camadas inferiores, um mundo insinuante de infinitas combinações, empoladas pela sucessão de amplos silêncios, tonalidades quentes das texturas do trombone (e tubos) de RM, detritos electrónicos e processamento sonoro de RG, e das práticas e procedimentos heterodoxos da viola de ER, longe dos sons e timbres tradicionais do instrumento – em torno de um núcleo essencial de subtileza, serenidade e contemplação. Um concerto para fruir em máxima concentração, tarefa que se revelou difícil para os não iniciados nas instâncias da improvisação electroacústica moderna (reducionismo e desenvolvimentos posteriores), já que parte do público não parava sossegada na cadeira (eléctrica!), qual bicho-carpinteiro irritante, entretido a fazer ranger o mobiliário e a sofrer de constipações impertinentes. Apesar dos ruídos parasitários "estranhos ao serviço", assistiu-se à construção em tempo real duma música de ínfimos detalhes ("coisas inconsideráveis", Rilke), que vale tanto pelo que "diz", reelaborando sobre texturas e materiais sonoros aditados e subtraídos, como pelo que "cala", entre deixas, intervalos, nuances e reverberações. O resultado foi a criação de um universo de complexas e inusitadas dinâmicas, capaz de transportar o espectador para longe, graças a um complexo de imagens sonoras desafiantes da audibilidade e, ao mesmo tempo, estimulantes da imaginação. Eduardo Chagas (Jazz e Arredores)
quinta-feira, 12 de julho de 2012
IKB CHIADO MUSEUM CONCERT
photo: IKB Ensemble
O IKB (entenda-se International Klein Blue) trata-se de uma formação alargada orientada pelo incontornável músico e editor Ernesto Rodrigues, que inclui alguns dos mais relevantes músicos da Grande Lisboa a trabalhar nos domínios da improvisação, da electro-acústica, electrónica, jazz e novas músicas, cruzando várias gerações e áreas de instrumentação (cordas, sopros, electrónica e percussão).
Ernesto Rodrigues tem feito ao longo dos últimos anos um dos trabalhos mais importantes da história da indústria discográfica nacional, com o espantoso catálogo da Creative Sources, volta aqui ao assunto da grande orquestração colectiva, depois dos largos e frutuosos anos com a emblemática Orquestra VGO.
É também neste dia que estará pela primeira vez disponível para venda o registo de estreia deste ensemble (aqui com o convidado especial Paulo Raposo – a perfazer um total de 15 músicos), ‘Monochrome bleu sans titre’, numa evocação ao artista plástico Yves Klein, e ao seu célebre e patenteado pigmento azul.
Esta actuação foi concebida para ser realizada sem P.A., utilizando o domínio destes músicos da dinâmica e da actividade e inactividade sonora, para um concerto que será puramente em acústico. Filho Unico
sexta-feira, 6 de julho de 2012
photo: Ernesto Rodrigues with Monsieur Trinité and Nuno Torres
Resumindo e concluindo: a Creative Sources continua a ter uma importância fundamental, a nível planetário, na difusão das mais radicais práticas da improvisação. Pode não constar nos "tops" das preferências do jornalismo musical, nem ter grande sucesso comercial, mas se a editora não existisse, provavelmente muita desta música também não. Rui Eduardo Paes
photo: Ernesto Rodrigues with Ricardo Guerreiro and Nuno Torres
Em Portugal, não foram apenas as editoras Clean Feed e TOAP que comemoraram o seu 10º aniversário: também a Creative Sources chegou à pré-adolescência. Com menos mediatismo, é certo, mas isso porque a "label" de Ernesto Rodrigues lança para o mercado discos de mais difícil consumo auditivo. Designadamente, de figuras das novas tendências da improvisação livre e do experimentalismo electroacústico, tendo nestas áreas granjeado o estatuto de mais importante veículo de difusão, a nível internacional. Ouvimos os 16 mais recentes títulos de um catálogo que já vai longo e cheio de "musts"… Rui Eduardo Paes
Em Portugal, não foram apenas as editoras Clean Feed e TOAP que comemoraram o seu 10º aniversário: também a Creative Sources chegou à pré-adolescência. Com menos mediatismo, é certo, mas isso porque a "label" de Ernesto Rodrigues lança para o mercado discos de mais difícil consumo auditivo. Designadamente, de figuras das novas tendências da improvisação livre e do experimentalismo electroacústico, tendo nestas áreas granjeado o estatuto de mais importante veículo de difusão, a nível internacional. Ouvimos os 16 mais recentes títulos de um catálogo que já vai longo e cheio de "musts"… Rui Eduardo Paes
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