sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
DOWNBEAT, FEB 06
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Ernesto Rodrigues - Os discos da minha vida
Violetista e violinista com actividade nas areas do free jazz e da livre-improvisação desde a decada de 1980, tocou ou toca com musicos como Carlos Bechegas, Jose Oliveira, Manuel Mota, Marco Franco, Alfredo Costa Monteiro, Margarida Garcia, Carlos Santos, Nuno Torres, Pedro Rebelo, Michael Thieke, Christine Sehnaoui, Oren Marshall, Tetuzi Akiyama, Wade Matthews, Alessandro Bosetti, Birgit Ulher, Mark Sanders, Jean-Luc Guionnet, Seijiro Murayama, Raymond MacDonald, Rhodri Davies, Martin Kuchen, Gino Robair e David Stackenas, entre outros. Em paralelo, dirige a etiqueta Creative Sources, actualmente com mais de uma centena de CDs editados, e organiza eventos musicais, entre os quais o Creative Sources Fest. Estes sao as seus discos preferidos de sempre…
Eric Dolphy “Out To Lunch” Blue Note, 1964; Albert Ayler “Bells” ESP Disk, 1965; Ornette Coleman “Chappaqua Suite” CBS, 1966; AMM “AMM Music” Elektra, 1967; John Coltrane “Om” Impulse!, 1967; The Jazz Composer's Orchestra “The Jazz Composer's Orchestra” JCOA Records, 1968; Peter Brötzmann Octet “Machine Gun” BRÖ, 1968; Maurice McIntyre “Humility In The Light Of Creator” Delmark, 1969; Alan Silva “Skillfullness” ESP Disk, 1969; New Phonic Art “Begegnung In Baden- -Baden” Wergo, 1971; Sun Ra And His Intergalactic Research Arkestra “It's After The End Of The World -Live At The Donaueschingen And Berlin Festivals” MPS Records, 1972; Don Cherry & The Jazz Composer's Orchestra “Relativity Suite” JCOA Records, 1973; David Holland Quartet “Conference Of The Birds” ECM Records, 1973; Creative Construction Company “Creative Construction Company” Muse Records, 1975; Derek Bailey “Improvisation” Cramps Records, 1975; Gruppo Di Improvvisazione Nuova Consonanza “Musica Su Schemi” Cramps Records, 1976; Revolutionary Ensemble “Revolutionary Ensemble” Enja, 1977; Anthony Braxton “The Montreux / Berlin Concert” Arista, 1977; Cecil Taylor “Cecil Taylor Unit” New World Records, 1978; Evan Parker “Monoceros” Incus Records, 1978; MEV “United Patchwork” Horo Records, 1978; The Art Ensemble Of Chicago “Nice Guys” ECM Records, 1979; Globe Unity “Compositions” Japo Records, 1980; Wolfgang Fuchs / Georg Katzer “FinkFarker” FMP, 1990; The Sealed Knot “Untitled” Confront, 2000; Axel Dörner “Trumpet” A Bruit Secret, 2001; Jean -Luc Guionnet “Pentes” A Bruit Secret, 2002; Yoshimitsu Ichiraku / Kazushige Kinoshita / Taku Unami “Cymbal Violin Lapsteel” Hibari Music, 2002; Stéphane Rives “Fibres” Potlatch, 2003; Radu Malfatti "Wechseljahre Einer Hyäne” B-Boim, 2007 Rui Eduardo Paes (Jazz.pt)
Ernesto Rodrigues - - Anti-Romântico
Sobretudo, o que Emesto Rodrigues e demais improvisadores reducionistas vêm fazendo é operar um corte com a tradicao romântica vinda do seculo XIX em termos da expressao, e que tanlo influenciou o jazz como ate a "old school" da improvisação livre. O expressionismo e os "sheets of sound" que caracterizaram Charlie Parker, John Coltrane, Sonny Rollins e Albert Ayler, e também Evan Parker, John Zorn, Daunik Lazro e Frank Gratkowski, sao uma decorrencia directa dessa matriz romântica, permitindo tal distanciamento a criação de uma musica que troca o fraseado pelas texturas e a escala pelo som, mesmo o considerado como nao-musical. Emesto justifica do seguinte modo este outro caminho que esta a percorrer: «Há formas mais subtis, eficazes e condizentes com o panorama actual do mundo. Vivemos numa epoca de turbulência, em crise de valores e até de identidade. Cabe a arte contrapor-se à pobre realidade a que estamos sujeitos. Na musica,
o uso de microtonalismos, elementos psico-acusticos, "drones" e rugosidades sao fenomenologicamete mais apropriados para o conseguir. Estes atributos podem conferir um lado mais telurico ou mais escatologico. e eu gosto disso." O também responsável pela etiqueta Creative Sources é claramente o produto da matriz cruzada - com elementos do jazz e da musica erudita - de onde emergiram as praticas europeias da improvisação. No seu caso particular, parte dos postulados do serialismo e do pós-serialismo avançados par Webern e do free jazz segundo a especial perspectiva do violinista Leroy Jenkins com o Revolutionary Ensemble. "As miniaturas webernianas foram-me determinantes para a aproximação do silencio, a economia dos elementos e a extrema concentração da musica que pratico", diz_ Emesto Rodrigues já esteve mais proximo da "new thing" do que na actualidade: "0 presente revivalismo do free jazz era previsível. Na altura em que surgiu, esta tendencia era, sem duvida, arrojada, mas hoje nao tem a mesma carga politica e social. Foi "domada" e "civilizada", sendo mais facil de tolerar pela sociedade de consumo, Natural sera que haja uma aproximação entre a musica improvisada e a musica erudita contemporanea. As fronteiras entre ambas estão a diluir-se e ha cada vez mais permutas entre os dois universos, pelo que se explica o afastamento do jazz por parte de abordagens da improvisação como a minha. Depois do free jazz temos a free music, que engloba algumas das expressões libertarias reclamadas por aquela corrente do jazz e algumas das concepções subjacentes a musica dita "seria" e ainda a acusmatica, ao espectralismo, ao concretismo, a "laptop music"…». A primeira das verificações derivadas da audição destes tres discos e a diferente gestao do factor "near silence" que vem definindo esta corrente da musica improvisada. O TonArt Ensemble pode estar nos antipodas da estetica do grito de um Peter Brotzmann, mas os "murmurios" anunciados pelo titulo do CD sao profusos, agitados e inquietos. Quando, em "Vinter", Martin Kuchen introduz repetições rítmicas na trama, esta a distanciar-se umas boas milhas dos ultra-minimalistas conceitos de Radu Malfatti e Taku Sugimoto. Por sua vez, "Wounds of light" tem em David Stackenas o "joker" com a missao de manter instaveis os equillbrios que se vao construindo, abrindo feridas na superfície do silencio e lançando sombras sobre o que se ilumina. Em todas estas edições, o proprio Ernesto - considerado um dos principais "chefes de fila" do reducionismo internacional -multiplica-se em gestualismos, num frenesim que, incrivelmente, nunca deixa de ser subtil. Na sua batalha contra os resquicios do Romantismo, sO se alterou a esse nível o fascinio do musico de Lisboa pelo dito silencio: «Dizem-me muito os compositores que sabem privilegiar esse factor tão precioso, o silencio anunciado por John Cage tem hoje. finalmente. a importancia que nunca antes Ihe foi conlerida, São eles Helmut Lachenmann, Salvatore Sciarrino, Gerhard Stabler, Gerard Grisey, Toshio Hosokawa, Vadim Karassikov, lancu Dumiirescu e Wolfgang Rihm, para so citar alguns. E Emmanuel Nunes. Tem sido um enorme privilegio poder disfrutar, nos "workshops" que realiza, de todas as suas sagacidade, argucia e mestria. A sua obra e um testemunho vivo da busca permanente de novas soluções e respostas em materias como o contraponto e a especialização. Com uma destreza notavel no dominio de abstracções tão exactas como as matematicas, e frequentemente rotulado como demasiado frio, mental ou rigido - epitetos com os quais estou totalmente em desacordo. No fim de um concerto meu nos Instants Chavires, alguem do publico perguntou-me se a peça que tinhamos acabado de tocar era da minha autoria ou se teriamos interpretado uma obra de Nunes… Respondi-Ihe que tudo tinha sido improvisado. Ao longo dos anos, talvez tenha assimilado e interiorizado inconscientemente algumas das caracteristicas que melhor definem o estilo do compositor".
O que resta, então, da influencia de Leroy Jenkins nas três mais recentes propostas discograficas de Ernesto Rodrigues? Aquilo que o falecido violinista norte-americano legou de mais essencial aos que ficaram: a constante busca de novas soluções e possibilidades, mas também, o que nao e menos importante, a atitude de abertura que permite nunca tornar a que se descobre ou obtem num dogma. Rui Eduardo Paes (Jazz.pt)
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Creative Sources 2007-2010: Improvisação em torrente contínua
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Ernesto Rodrigues with Heddy Boubaker in Abrantes
A fully improvised set with two clever explorers of their very own instruments, Portuguese violinist Ernesto Rodrigues and French sax player Heddy Boubaker were both very competent on their dialogue.
This could actually have been their major sin. Players got truly involved in the ‘conversation’ and there were no place for big risk. Music was there, with adventurous sonic explorations and innovative aural stimulus for curious ears. But in a duo context, free music gets in a upper level when players can ask hard questions or take action into provocative ideas.
We strongly believe that the first two cagean minutes of Ernesto and Heddy worked as an initiation ritual for many more great nights in Abrantes. António Matos Silva (Fixwhatusee)
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
Creative Sources
Leading-edge musicians have been releasing recordings of their own work for decades to overcome commercial labels’ resistance. Some have documented an individual artist’s work, while others, like Evan Parker’s psi and Gino Robair’s Rastascan, expanded to take in other artists. Few have grown at the rate of Creative Sources, the Lisbon label launched in 2001 by violinist/violist Ernesto Rodrigues, a producer as intrepid as Portuguese seafarers in the age of exploration. The label that began modestly enough documenting Rodrigues’ own work now includes artists from around the world and has just released the 178th title in its catalogue.
Rodrigues’ story of his musical coming of age is not an unusual one. First influenced by his father’s taste in music, Rodrigues had his first music lessons with the composer Wenceslau Pinto, godfather of his father. By his teens, in the ‘70s, he was playing with singers - José Afonso, Fausto and Jorge Palma - leading figures in Portugal’s increasingly political music.
Drawn to experimental forms, he moved rapidly through groups and styles with a small but devoted coterie of Lisbon musicians: “My first improvisation group was an acoustic trio with Carlos Bechegas on reeds and Jorge Valente on piano. It was close to AACM aesthetics and I was very influenced by Leroy Jenkins; then came a trio with Bechegas and the singer Ines Martins and later a trio called Fromage Digital with José Oliveira on percussion and Valente on synth.” The fourth formation, a trio with Bechegas and Oliveira called IK*Zs, was the first to record, in 1995, appearing on Bechegas’ Projects (LeoLab). Rodrigues’ next appearance on CD was a duo with Valente released in 1999 as Self Eater and Drinker. Like many before him, Rodrigues bridled at the few opportunities to record. 2000 was the turning point, “Before 2000, there were a few people working but production costs were too high for CD release.”
It was then that Creative Sources began to take shape. In 1999 he recorded a series of improvisations called Multiples with his 11-year old son Guilherme playing cello and Oliveira playing percussion and acoustic guitar. Dedicated to the late John Stevens, Multiples documents Rodrigues’ interest in English- style free improvisation just before a significant shift in his work. When he couldn’t find a label to release it, it became the motivating factor in the birth of Creative Sources and its first CD.
A glance at the early releases suggests a modest intent: the first three discs all feature Rodrigues and Oliveira with a third player. While the CDs trace a sharp creative arc, it’s a modest effort to document closely the work of Rodrigues and his immediate associates: “I was concerned with documentation and possible self-promotion, but it was an ancient and powerful dream of mine to have a music label...”
From the start, the label had a distinctive visual identity, with the electronic musician Carlos Santos providing striking covers that often transform quotidian reality, words and shapes bending as if plastic. According to Rodrigues, “My relationship with Carlos has been going on for a long time and he works as a graphic designer. There’s a close proximity in aesthetics whether it’s label imagery or as a musical partner. I think he’s the perfect partner.”
The label soon expanded, welcoming musicians from around Europe, before moving on to Asia, America and the Middle East (there’s a special Lebanon connection). The first steps were small ones. The sixth release, Ura, recorded Alfredo Costa Monteiro, a Portuguese accordionist living in Barcelona, “but it really took off on the ninth production [No Furniture] with the Berlin trio with Axel Dörner and from there...it’s a small world. Musicians start to identify themselves with the label and then somehow it exploded. People from everywhere shared the same aesthetics.”
The aesthetic is clearly free improvisation, but it ranges from free jazz to the micro-explorations of English free improvisation, minimalism and EAI (electro-acoustic improvisation) that consistently blurs the identity of its sound sources. As the label rapidly expanded, its catalogue became a travelogue of international improvisation as well as an intimate family history of a small group of improvisers. It’s those two facets that give Creative Sources its special identity.
Rodrigues and Guilherme have traveled both literally and figuratively encountering different styles of improvisers at home and abroad. Among the highlights of their own recordings are Poetics, where they join the 18 members of the Glasgow Improvisers Orchestra; On Twrf Neus Ciglau, they’re at home in Lisbon to play with Carlos Santos and two very special guests, Welsh harpist Rhodri Davies and French soprano saxophonist Stéphane Rives. Another Lisbon recording, The Construction of Fear, has Rodrigues and Guilherme in free jazz terrain with the Brazilian tenor saxophonist Alipio C. Neto, Texas trumpeter Dennis Gonzalez and London drummer Mark Sanders. Perhaps Rodrigues’ greatest achievement is Stills, an ambitious recording that marked the label’s 100th release. It’s a three-CD set by the Variable Geometry Orchestra, a large ensemble of Lisbon improvisers: “It all started in 2000, bit by bit. I had a dream from my youth of having something similar to JCOA and Globe Unity Orchestra. It’s the first and only orchestra of this kind in Portugal and the triple CD is the necessary document.”
Trumpeter Nate Wooley is one of the American musicians who has appeared in the Creative Sources fold, releasing his first solo CD, Wrong Shape To Be a Story Teller in 2005 and a duo with guitarist Chris Forsyth, The Duchess of Oysterville, in 2007. For Wooley the label has been both an outlet and a source for otherwise unavailable music: Wooley is quick to point out Creative Sources’ track record with trumpeters, citing figures from the veteran Portuguese Sei Miguel to Argentinian Leonel Kaplan and the young Chicagoan Jacob Wick: “These are three players that are finally starting to get some recognition, but I still think some of their most interesting works were these early experiments that Ernesto took a chance on.” You can add Peter Evans and three intrepid Europeans: Axel Dörner, Franz Hautzinger and Birgit Ulher.
Gino Robair remarks, “I like the fact that Creative Sources lets the artist have total say over the details of a release, which isn’t always the case.” That’s likely why the Creative Sources catalogue includes some of the world’s most accomplished improvisers, like Backchats by Speakeasy, a group that pairs the singers Phil Minton and Ute Wasserman. There’s also the first session by Tom Djll’s Oakland project Grosse Abfahrt, called Erstes Luftschiff Zu Kalifornien. The catalogue includes other first-rank improvisers like reed players Xavier Charles, Bertrand Denzler, Jean-Luc Guionnet, Stefan Keune and Martin Kuchen and the guitarists David Stackenäs and Hans Tammen.
Rodrigues shows no signs of letting up. In the works are a recording by Swiss saxophonist Urs Leimgruber’s trio and Rodrigues’ own Suspensão, “an EAI octet dealing with silence, space and textures.” As with previous Creative Sources projects, they promise to be deeply personal adventures in fresh terrain. Stuart Broomer (AllAboutJazz-NewYork)
terça-feira, 27 de julho de 2010
A rare chance to see two important improvisers from Lisbon, Portugal
Ernesto Rodrigues runs the Creative Sources label out of Lisbon
(http://www.creativesourcesrec.com) and is a pivotal figure in the
improv scene there. He and Manuel are visiting the West Coast for
the first time to take part in the Seattle Improvised Music Festival
and are continuing afterwords with a brief tour of the West Coast.
Don't miss this chance to catch them here in Portland. It will be a
while before they can make it out this way again. David Abel
(passages at rdrop.com)
terça-feira, 6 de julho de 2010
European Scene
Since the 1960s, when British musicians like Derek Bailey, Evan Parker and John Stevens forged a radical strain of non-idiomatic improvisation, abstract on-the-fly music making has gone through loads of permutations. But over the last decade or so, perhaps the biggest factor in the music’s growth has been non-musical. The Internet has allowed an international community of musicians to flourish and interact, and now it’s hardly surprising that strong players thrive in far-flung locales.
“It’s played an essential role in what concerns the edification of an international community, and we’re all part of it,” Portuguese violinist Ernesto Rodrigues said. In Lisbon, a city whose best-known musical export remains the emotionally fraught fado, he’s emerged as a distinctive voice of experimentation. Thanks to his Creative Sources label, the world is becoming an even smaller place.
Although Rodrigues grew up around the arts — his father was a playwright and his godfather was a classical musician — a childhood pal got him enrolled in a conservatory. While he studied the classics, he was pursuing a strong interest in experimental music and soon became influenced by the English school of free improvisation. “The relationship with my instrument is focused on textural elements,” he said. “Electronic music was an early influence on my approach to violin playing, which challenges traditional romantic concepts of the instrument through the use of preparations and micro-tuning.”
Rodrigues launched the label in 2001, pri- marily to document his own work. He quickly managed to survey a broader range of activity in Lisbon with recordings that featured guitarists Manuel Mota and José Oliveira, pianist Gabriel Paiuk, bassist Margarida Garcia and his son, cellist Guilherme Rodrigues, among others. Much of the work subscribes to a minimal, gestural style of free improvisation, although Rodrigues recog- nizes a distinctly Mediterranean quality, “that one doesn’t find outside the country. There’s generally some feeling of contemplation and lyricism,” he said.
Before long the strength of the work began attracting others, and now, with a catalog that boasts more than 50 titles, Creative Sources not only represents the state of the art of improvisation in Europe — with work from people like Axel Dörner (Germany), Stéphane Rives (France), Ingar Zach (Norway) and Alessandro Bosetti (Italy) — but in other locales as well, including the United States, Japan and Lebanon. Now Lisbon has become an important stop on any international itinerary, and early this year Rodrigues will be touring the United States with Mota. Peter Margasak (Down Beat)
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Le fonti creative di Ernesto Rodrigues
Ernesto Rodrigues (1959) è senza dubbio uno dei più interessanti violinisti della scena sperimentale ed elettronica portoghese. Insieme al figlio violoncellista Guilherme Rodrigues (1988) dà vita ad una delle collaborazioni famigliari più creative della musica europea [per credere, basta dare un'occhiata veloce al New Thing Nonet video (Youtube)].
Rodrigues "senior" è attivo oramai da molti decenni nell'avanguardia portoghese. Ha studiato musica micro-tonale ed elaborato interessanti tecniche per alterare la struttura fisica degli strumenti ad arco che suona. Come violinista/violista, ha sempre rivolto grande attenzione alla musica improvvisata e alla nuova musica, riservando una certa attenzione anche per le "graphic scores" di Gerhard Stäbler, Nikolaus Gerszewski e Phil Niblock, tanto da elaborare egli stesso partiture di una certa originalità grafica. Ha studiato musica contemporanea con importanti compositori portoghesi quali Eurico Carrapatoso, Emmanuel Nunes e Pedro M. Rocha e ha suonato in numerose formazioni ed ensemble d'avanguardia di Lisbona prima di affacciarsi alla scena contemporanea europea in cui è attivo ormai da oltre un decennio.
Attento conoscitore (e consumatore) di musica contemporanea, attratto da sempre da quella elettronica - che ha profondamente influenzato il suo stile - Ernesto Rodrigues ha lavorato a lungo sul proprio strumento, focalizzandosi su alcuni elementi sonori e micro-testuali che caratterizzano il suo modo di utilizzare il violino e/o la viola. Rumori e silenzio costituiscono parte integrante delle sue composizioni. Nel 2000 ha fondato la Variable Geometry Orchestra, un grande ensemble dove la conduzione viene operata dal bilanciamento di masse sonore che viaggiano nello spazio acustico, gestendo la costruzione delle stesse in "realtime" e lavorando così sia su specifici strumenti, che sul gruppo nella sua interezza. Rodrigues fa parte di diverse formazioni attive nell'improvvisazione free, come spalla e leader di vari gruppi, ha scritto anche musiche per la danza, cinema, video e performance. Il suo interesse principale è ora la musica contemporanea, composta e improvvisata. Nel 1999 ha fondato la Creative Sources Recordings [clicca qui per leggere un profilo della label], interessante etichetta dedita alla musica sperimentale ed elettro-acustica di ormai fondamentale importanza nel panorama contemporaneo europeo. Avendolo conosciuto come direttore di Creative Sources da questa siamo partiti per la presente intervista.
All About Jazz: Hai suonato il violino per trent'anni, durante i quali hai eseguito ogni tipo di musica. In seguito hai spostato la tua attenzione sulla musica contemporanea [improvvisata e composta]. Con un background così ricco, perché e in che momento della tua vita hai scelto di dare vita ad una etichetta e hai intrapreso la carriera di direttore artistico?
Ernesto Rodriguez: Prima di tutto era un mio vecchio sogno quello di avere un'etichetta per realizzare una musica che mi piacesse, che fosse mia o di altre persone i cui lavori mi piacevano. Volevo farla sentire e mostrare cosa davvero mi piace del fare musica. Decisi di crearne quando per ragioni artistiche volevo realizzare la mia musica, ma non riuscivo a trovare un'etichetta che avesse l'estetica che avevo. Sono diventato direttore artistico per ragioni contingenti, non mi vedo infatti come uno di quei classici "capi". Dei lavori che la gente mi manda, scelgo cosa sento vicino. Nella Creative Sources ci sono oramai direttrici musicali solide e congruenti.
AAJ: Quando hai cominciato a suonare, cosa ti ha inizialmente indirizzato all'improvvisazione, all'elettronica e alla musica creativa? Le stesse motivazioni continuano a spingerti ancor oggi?
E.R.: Le ragioni sono praticamente le stesse di quelle che avevo all'inizio, anche se oggi le cose che stanno dietro la nuova improvvisazione/elettronica sono molto diverse, perchè arrivano dalla realtà e questo cambia abbastanza la questione. Tutta l'arte è oggigiorno influenzata dal contesto in cui si trova. L'improvvisazione, perlomeno quella acustica, si muove in territori che sono sempre più vicini alla contemporanea/elettro-acustica e alla materia elettronica in termini di processi e pensiero, anche se si scosta dalle loro iniziali condizioni ed è maggiormente in relazione alla musica free.
AAJ: Senti di aver ricevuto qualcosa dal tuo lavoro con altri musicisti e da quello di produttore?
E.R.: Certamente le influenze sul mio lavoro vanno in entrambe le direzioni. Nella musica (come in altre arti) penso che la cosa più importante sia partecipare alla creazione di un oggetto musicale, sia esso fatto in studio o live. Puoi dare e ricevere, si è parte di una catena di eventi e tutto nasce da questa. È un processo che non puoi controllare; è un modo naturale di creazione condividere idee per lavorare con altri per un obiettivo comune.
AAJ: Il tuo lavoro è essenzialmente elettro-acustico. Che cosa significa questo termine oggi e, in particolare, che significato ha per te?
E.R.: Il mio lavoro è solo in parte elettro-acustico, nonostante questo tipo di musica mi interessi davvero molto. Il suo significato è cambiato oggi, poiché i processi e le sue applicazioni sono molto diverse da quelle del passato. Oggi c'è maggior controllo e precisione, la sonic palette expanded e portability sono fattori che ne consentono un uso sempre più diffuso e generalizzato. L'espressività si raggiunge con facilità. Puoi avere musicisti elettronici che suonano in un set acustico allontanandosi dallo scopo della musica nei termini di ricchezza sonora...
AAJ: So che hai una grande ammirazione per Emmanuel Nunes. Puoi presentare il suo lavoro e la sua personalità, chiarendo perchè è così importante per te?
E.R.: E' stata una cosa particolarmente rilevante per la mia vita: Emmanuel Nunes è un compositore ed io sono un improvvisatore, anche se considero l'improvvisazione come una composizione in tempo reale e devo davvero ringraziare lui per questo. Il lavoro di Emmanuel è intimamente connesso al pensiero matematico e lui ha avuto la genialità di articolare la matematica con l'espressione musicale dando vita ad una musica che è fresca. Questa musica riflette la sua meravigliosa condizione umana, umile ma con una visione straordinaria, che è la sintesi di un essere umano straordinario.
Come puoi capire dalle mie parole, Nunes mi ha influenzato profondamente, il modo in cui mi ha portato a pensare la musica mi ha dato una struttura solida per affrontare l'imponderabile con maggiore sicurezza!
AAJ: Quali software usi nel tuo lavoro?
E.R.: Dipende dal progetto o dalla situazione in cui mi trovo. Per mixare e masterizzare un cd, normalmente opto per Logic Pro (da tempo sono un "mac guy"); per progetti multi-traccia, registro in uno studio professionale live con altri musicisti, come fossi in concerto, e porto il materiale registrato nell'HD portatile nel mio studio a casa, dove, per la masterizzazione finale uso Bias Peak. Per progetti artistici uso Cycling74 MaxMsp, anche se alcuni "patches" sono miei, altri in studio o live per ulteriori manipolazioni sonore. Per comporre e la notazione uso NoteAbility Pro.
AAJ: Credi che una label come la tua sia anche "politica"? Se sì, in che senso?
E.R.: Certamente che lo è. I tipi di musica che realizziamo hanno sempre un fondamento politico, prima di tutto, perchè sono fuori dalle note categorie di musica commerciale e dal marketing; inoltre non sono soggette alle logiche dei media, sopravvivono spesso in situazioni di "ghetto," con un pubblico in crescita, ma non abbastanza da ottenre l'attenzione generale che meriterebbero. E' musica poi fatta da musicisti che prestano attenzione al dettaglio, non si tratta di prodotti da consumare in fretta e da gettare via. Persistono nel tempo, mettono in evidenza delle questioni sulla nostra società, siano esse sociali o politiche, spesso in forma più schietta, altre con significati astratti e con punti di vista sottili.
In passato questi tipi di musica (jazz, new thing) sono sempre stati usati per riflettere sulla società, come vere e proprie forme d'arte...
AAJ: Sono convinta che una label ha molto a che fare con la memoria - anche se non in una forma diretta. Grazie ad alcune label abbiamo memoria di sorprendenti esperienze musicali che (fortunatamente!) non sono scomparse senza lasciar tracce! In qualche modo una label ha la funzione di memoria collettiva (una sorta di biblioteca sonora). Cosa ne pensi della questione?
E.R.: Hai perfettamente ragione! In qualche modo raccogliamo pezzi e stimoli di un più grande mosaico sulla nostra storia ed espressione, li categorizziamo e ordiniamo per le generazioni future per imparare (ascoltare) con essi. La storia del jazz è diventata cpsì per questo, molta gente oggigiorno conosce come i musicisti si esprimono loro stessi attraverso le registrazioni, più che la sua eredità scritta...
AAJ: Come sei entrato in contatto con gli artisti italiani Bosetti, Rocchetti, Fhievel, Sigurtà, è recentemente con Luca Mauri? Conosci la scena sperimentale italiana?
E.R.: Conoscevo già il lavoro di Bosetti (che mi piaceva molto), e penso che gli altri ragazzi abbiano seguito le tracce di Bosetti. Creative Sources è diventata "forte" in Italia (almeno da quel che dice la gente) e che la scena italiana sia peculiare e interessante. Recentemente abbiamo realizzato dei lavori di Roberto Fega, Dario Sanfilippo, Giampaolo Verga e ARG (Graziano Lella) che sono tutti nomi promettenti.
Gli Italiani hanno buoni musicisti e compositori di musica nuova molto importanti, per fare solo alcuni nomi cito Luigi Nono, Luciano Berio, Giacinto Scelsi, Salvatore Sciarrino. Costoro sono stati lungimiranti nel pensiero musicali già nei primi anni del XX secolo. Pertanto è naturale con una tale tradizione che sarebbero emersi nuovi valori...
AAJ: La musica elettronica è stata la prima influenza nel tuo modo di suonare il violino. Sono curiosa di sapere se hai modificato nel corso del tempo il tuo modo di suonare e in che modo?
E.R.: Mi avvicino sempre più al lato testuale e timbrico del violino, al suo corpo e a come è stato costruito, alla sua acustica, mettendo sempre meno note suonando...
AAJ: Ho letto che sei un fervido collezionista musicale. È ancora una passione, o, con il crescere dell'etichetta, è diventato in qualche modo anche un lavoro?
E.R.: Entrambe le cose sono vere: continuo a collezionare musica accanto al lavoro nell'etichetta. Non è un lavoro, ma sempre un piacere. A me piace davvero la musica...
AAJ: Che cosa ascolti e leggi abitualmente? Puoi segnalarci alcuni libri, film e cd che consideri importanti per capire la situazione presente?
E.R.: Per quanto concerne il cinema, apprezzo molto Sokurov, Syberberg, Straub e Tarkovski. Questi sono forse i miei "poeti dell'immagine" preferiti. Quanto ai libri, devo aggiungere Brodsky, un autore che mi aiuta ad andare ancor più nel profondo dell'esistenza. Quanto alla musica, è molto difficile per me nominare un solo autore rtra le centinaia, anche se Lachenmann è quello che vorrei scegliere. Francesca Bellino (All About Jazz)
ERNESTO RODRIGUES
L'immagine che meglio riassume la produzione dell'etichetta portoghese Creative Sources Records, fondata da Ernesto Rodrigues [di cui puoi leggere l'intervista], è quella di un patchwork di cover in crescendo. Nella home page del sito Creative Sources Rodrigues ha, infatti, riprodotto un vero e proprio tabulato di immagini in continuo aggiornamento, che racchiudono le sue ed altrui storie di incontri e collaborazioni musicali, rimandando a visioni, poetiche ed estestiche diverse tra loro e rivelando al contempo una pregevole ed inedita sezione della musica di ricerca o d'arte europea.
Ogni lavoro pubblicato - e ad oggi sono più centosettanta - da Creative Sources è un pezzo che va collocato in quel tutto [universale] che minuziosamente sta costruendo da anni Ernesto Rodrigues per delineare le "fonti" creative della musica elettro-acustica/d'avanguardia/d'improvvisazione portoghese, ma non solo. Il progetto di Rodrigues, sopraffine violinista, ma anche energico promotore di musiche altrui, è la sostanza dell'arte dell'intreccio dei suoni e non può essere scollegato da Creative Sources. Nell'articolo che segue ne ripercorriamo alcune tappe, per noi significative, soffermandoci sulle più recenti pubblicazioni. Punto di partenza dell'etichetta Creative Sources sono state due registrazioni effettuate insieme al figlio violoncellista Guilherme (che all'occasione suona una tromba tascabile) e il percussionista, artista visivo (Fluxus), José Oliveira, che rappresentano due opposte, ma continuamente accostate tendenze sia di Rodrigues in primis che della musica da lui prodotta in secondo luogo. Da una parte Multiples (2001), una strabiliante sessione d'improvvisazione free, rappresenta una tensione constante al confronto con altri musicisti, in formazioni variabili, con modalità proprie dell'improvvisazione free, specie quella europea (addizionata di una forte componente elettronica); dall'altra il doppio cdr Musique de Chambre (1999) rappresenta un sempre rinnovato interesse per la musica composta, eseguita con modalità e ricercatezze proprie di quella da camera. Ma quali sono i suoni che caratterizzano l'etichetta portoghese Creative Sources? Che cosa, nonostante la sua posizione geografica sia ai confini dell'Europa, la rende, in fondo, così continentale?
Difficile trovare una sola risposta. Forse è la sua stessa poetica e quell'estetica costruita inizialmente e perseguita con tenacia poi da Rodrigues a rendere il profilo della musica che produce così profondamente pregno di storia continentale. Le molte collaborazioni con l'area mitteleuropea non sono casuali e nel patchwork generale incidono parecchio, più forse di sonorità (che ci aspetteremmo) caratterizzanti l'area portoghese. Non mi pare un caso nemmeno che per molti anni Creative Sources abbia prodotto registrazioni di "(micro)ensemble," che pur avendo una solida appartenza ai suoni dell'elettro-acustica o dell'impro free, hanno inciso poche studiate, minimali, tracce come se si trattasse di vera e propria musica da camera. In tali registrazioni la componente elettronica risulta sempre e assolutamente equiparabile a quella acustica. Il recente TonArtEnsemble (2010) dell'omonimo ensemble con l'elettronico e sintetizzatore Robert Klammer ad accompagnare una larga formzazione "teutonica" con Rodrigues è davvero un bell'esempio. Più nel dettaglio però mi pare che la componente elettronica riesca a prevalere solo quando il progetto tende di natura al vero free e si spinge fino a forme d'improvvisazione con pezzi e parti poco strutturate. Un esempio di un certo interesse è Speak Easy dei Backhats (2009), un progetto di fattura tedesca che ruota attorno alle voci e ha visto coinvolti i vocalist Ute Wassermann e Phil Minton, affiancati dal "sintetizzatore" Thomas Lehn e dal percussionista Martin Blume. Caso "estremo," infine, di questa tendenza è il recentissimo .next (2010) con ben tre laptop-isti - Jeff Carey, Robert van Heumen e Bas van Koolwijk - in assetto impro/compositivo. Emblema di una certa poetica di Creative Sources è senza dubbio un gusto profondamente insito in Rodrigues che, come si diceva, riserva uguale attenzione ai due "fondamenti," elettronica ed acustica degli strumenti, mostrando a tratti una sorta di andatura unica nel loro uso e bilanciamento. È evidente, infatti, che Rodrigues pensa in una "forma elettro-acustica" (unica e totalizzante) ed è per questo forse che la sua musica ha un impatto tanto forte, anche in termini di gradevolezza sonora (non stride come certa elettonica...). timelines los angeles (2009) - con Olivia Block al piano preparato e Ulrich Krieger al sassofono, accompagnati da quel mostro sacro di Jason Kahn e Mark Trayle - è la registrazione che davvero esemplifica questa idea di composizione/esecuzione live processing dove acustica ed elettronica svolgono uguale funzione. Rodrigues è inarrivabile e straordinario nel suo far uso dell'elettronica (dentro e con lo strumento che suona, quasi fosse un tutt'uno), rinunciandovi subito se accompagnato dal suo fido sperimentatore elettronico (una "costante" in Creative Sources) Carlos Santos. Con Santos infatti la musica cambia e Rodrigues lavora soprattutto di tecnica e di cesello, lasciandosi ad un maggior gusto per le forme sonore. Si veda in tal senso il bellissimo Vinter (2010). Per soffermarsi sulle più recenti produzioni di Rodrigues, May there be... (2008), Eterno Ritorno (2009) e Twrf Neus Ciglau (2009) sono altri tre lavori degni di nota. May there be... è di particolare bellezza: presenta nove improvvisazioni corte, da leggersi come una suite, con melodie ritornanti, forte attenzione ai noir, con intrecci di corde tra violino, violoncello e interno del piano (Padro Rebelo) e di fiati (Franziska Schroeder al sassofono). Nel catalogo rivestono poi una certa importanza anche le incisioni in solo, dove chiaramente è centrale l'aspetto acustico e di ricerca sonora sullo strumento. Anche qui, soffermandoci solo sulle novità, vanno segnalati Materials (2009) del fisarmonicista Jonas Kocher, il bellissimo cellos (2010) dei due violoncellisti Ulrich Mitzlaff e Miguel Mira, Ink on paper (2009) del contrabbassista Mike Majkowski e halbzeit (2009) del clarinettista Markus Eichenberger. In questa registrazioni, tutte di grande impatto e di matrice continentale, è centrale la ricerca e la sperimentazione del musicista dedito, va detto, ad un progetto che risulta profondamente personale e intimo. In questa dimensione, anche di una certa raffinatezza e ricercatezza, si riaffacciano quindi i due "fondamenti" della sperimentazione e della ricerca acustica, in una chiave pienamente "da camera". A margine vanno infine segnalati i progetti degli italiani presenti nel catalogo Creative Sources. fadensonnen (2008) del violinista Giampaolo Verga è un lavoro davvero particolare, di musica elettronica "spaziale". I concretismi e le destrutturazioni musicali di Graziano Lella, in animali (2008), irrorano di inquitudine lo spazio sonoro. Between Love and Hate dell'attuale chitarrista degli I/o Luca Mauri è il suo dirompente album di debutto, un crash di suoni per chitarra, piatti e editing digitale. Francesca Bellino (All About Jazz)
Ernesto Rodrigues es sin lugar a duda el violinista más interesante de Lisboa, con una creciente presencia en la escena internacional. Nos visitó hace años para tocar en el festival ¡ESCUCHA! y nos complace enormemente su vuelta, esta vez en compañía de Neil Davidson, un sorprendente guitarrista escocés con el que lleva colaborando ya tres años. Juntos, han grabado dos discos, ambos muy bien recibidos por la crítica. No perdamos, pues, esta oportunidad de escuchar un diálogo inteligente, maduro y siempre fresco entre dos músicos que casi nunca tenemos la suerte de ver en vivo en Madrid. Wade Matthews
[...] Para o encerramento do Sonic Scope 2009 ficou guardada a Variable Geometry Orchestra, a orquestra “all-star” da improvisação lusa, liderada e “conduzida” pelo violinista Ernesto Rodrigues. Cada vez mais moderada, mais controlada, a orquestra VGO deixou de ser um bicho selvagem para se tornar num animal parcialmente domesticado. Longe vão os tempos em que as actuações consistiam em erupções enérgicas do tipo “vai-acima-vai-abaixo”. Agora a música obedece às regras bem definidas do maestro Rodrigues: Ernesto controla o ritmo, controla a entrada e saída de cada secção, distribui funções por cada músico, esforça-se por manter o equilíbrio possível num grupo que incorpora técnicas e linguagens muito distintas entre si. Se por um lado se perdeu alguma daquela energia inicial, por outro lado passou a ficar em evidência o trabalho de detalhe de cada músico – e a vintena de músicos que actuou no Maria Matos não poupou nos pormenores individuais. Nesta actuação no Sonic Scope a secção das electrónicas (que contou com o convidado internacional Wade Matthews, de passagem por Lisboa) foi vítima de um volume demasiado elevado, mas de resto a música viveu numa saudável contenção. Numa tentativa de encontrar paralelismos poderíamos invocar as formações “Cobra” de Zorn, as conduções de Butch Morris ou o ensemble electro-acústico de Evan Parker, mas esta VGO distingue-se por uma criar uma atmosfera especial. É difícil explicar, talvez só assistindo a uma actuação ao vivo ou ouvindo o triplo-álbum Stills se consiga perceber (ou sentir) a alquimia desta música. Nuno Catarino (Bodyspace)
What began in 2001 as a recording outlet for a group of Lisbon improvisers has in less than a decade grown to a CD catalogue of more than 170 releases with an emphasis on fresh, innovative sounds. Under the direction of violist Ernesto Rodrigues, every month or so Creative Sources (CS) Recordings releases two or three CDs from committed international musicians. “Creative Sources is musician-run for musicians,” declares Rodrigues. “We’re not here for the money, but for the art”.
“We deal with certain kinds of music, like ‘near silence’, lowercase, electro-acoustic, new improv, and some post-Free-Jazz. The musicians involved are mostly young, with new approaches to improv and composition, silent stuff and texturized sound, usually from the manipulation of the instrument, few notes, and extended techniques.”
CS welcomes demos showcasing what Rodrigues describes as “strong stuff, clear and focused – or even if the process is interesting musically and worth hearing.” Deciding to release the session, he asks musicians to supply audio masters then the violist and Carlos Santos, a graphic designer and computer musician, design the package, perform sound adjustments, have 500 copies pressed and distribute them. In exchange for supplying half the funds, the players receive about 300 CDs they sell themselves, while CS markets the rest.
CS’s international focus developed with its ninth release, No Furniture (Creative Sources CS 009 CD) by Berliners, trumpeter Axel Dörner, clarinetist Kai Fagaschinski and Boris Baltschun on sampler. CS already had a Web presence and had received good reviews for its first releases. “They (the Germans) heard and enjoyed our work and approached us about their session. We liked the music, which was in the same range as ours, so we had the chance to augment the catalogue. We established ourselves as a label that cares about this kind of music and promotes it. From then on we started to receive lots of demos from around the world for release… We refuse a lot of them,” admits Rodrigues.
Although some players on our roster put out discs on other labels, others do not. “Musicians with known credits that have some works in this kind of structure approach CS, in spite of having very different work on other labels,” he adds.
Recently for instance Goldstripe (Creative Sources CS 121 CD), showcased Bay area laptop and electronics-manipulator Mark Trayle’s lively and unsettling static-undulating drone compositions and improvisations using data read from the magnetic stripes of credit and bank cards. On the acoustic side, Swiss pianist Jacques Demierre’s One is Land (Creative Sources CS 131 CD) concentrates on high-frequency, subterranean sound waves wrenched from the instrument’s soundboard by pounding its lowest-pitched keys amplified with pedal-power. Sureau (Creative Sources CS 112 CD) is a rare example of the expressive vocal gymnastics of Brussels-based Jean-Michel Van Scouwburg, backed by percussionist Kris Vanderstraeteen and bassist Jean Demey.
An earlier notable example of New chamber music is On Creative Sources (Hail Satan) (Creative Sources CS 093), from Spanish bass clarinetist Carlos Galvez Taroncher, German pianist Magda Maydas, Dutch bassist Koen Nutters and Norwegian drummer Morton Olsen. This trans-European admixture, exhibits the spacey tonal rotation and sudden introduction of extended timbres that relate to jazz-improv as well as notation.
CS was also one of the first labels to expose some local experimentalists internationally. Abu Tarek (Creative Sources CS 025 CD) for instance, documents the unique choked and splintered brass excavations of Lebanese trumpeter Mazen Kerbaj, in the company of fellow micro-tonalist, Austrian trumpeter Franz Hautzinger. Absence (Creative Sources CS 034 CD) showcased the tremolo tongue rhythms, percussive vibrations and dramatic pauses of Argentineans, trumpeter Leonel Kaplan and percussionist Diego Chamy in a trio with Dörner. Meanwhile Metz (Creative Sources CS 015 CD) is unstructured Free Music from France that used acoustic strings and reeds to expose what sound like synthesizer wave forms. The experimenters in 2003 were clarinetist Xavier Charles, tenor saxophonist Bertrand Denzler, pianist Frédéric Blondy, violinist Mathieu Werchowski and guitarist Jean-Sébastian Mariage.
Closer to its home, Stills by the Variable Geometry Orchestra (Creative Sources 100 CD) is a three-CD set featuring 46 participants in the Lisbon free music scene in large ensembles. With Rodrigues playing and “conduction-ating” the detailed, multi-shaded polyphony balances orchestral integration with solo permutations. Included are players such as cellist Guilherme Rodrigues, drummer José Oliveira and Santos, who with the label manager/violist were the core of Lisbon improvisers CS recorded initially. Stills’ layered performances draw on currents of alternating and asymmetrical jazz, rock, folkloric and New music.
As Rodrigues states: “From its creation, every work of art is fragile and needs to be nourished and shown to others, or time will erase it and it will be lost among information going on everywhere. The major labels think about profits, not music and the musicians, or they think about ‘crystallized’ forms of music that do not challenge the listener in new ways.” August 8, 2009. Ken Waxma n (MusicWorks Issue #104)
Before I post tonight’s mini-reviews of two recent Creative Sources releases I thought I would share a few thoughts on the label that I have had today. CS gets a lot of stick, unlike that received by any other label operating today bar maybe Leo. There seems to be two main threads to the criticism. The first seems to be aimed at CS’s “pay to play” policy of releasing albums. In short, the discs that come out on the label are often (not always) part-funded by the musicians that appear on them, with much larger than normal amounts of the final product going to the musicians for them to sell at gigs, or use as calling cards to try and obtain more paid work. Just this fact alone seems to rile a few people. I have no idea why. As I see it the label remains solvent, the musicians get the benefit of professional advice, support, design etc… and a large number of CDs on a professional label that they can try and eke out a living from. I have no idea what is wrong with that.
More often though the accusation thrown at CS is that the pay-to-play policy results in poor quality control, and that the releases are of low quality, maybe music that could not find a home anywhere else. This attitude of course assumes that there is any quality control applied at all. I am guessing that Ernesto Rodrigues, the label owner does have some input into what gets released and what does not, but maybe he doesn’t. I don’t think anything has ever been said officially on this one way or the other. Either way, poor quality control (If indeed this accusation can be made) does not necessarily mean that all CS releases are below par. Past listening has shown me that in fact this is certainly not the case. There have been some really good ones. As for the releases only really being cast-offs unwanted by other labels well I can only say that of the 150+ Creative Sources releases so far, with around a hundred of them since I began running a label myself, only one of them ever came to me at Cathnor as a demo. What is more I don’t think I ever actually got around to listening to the music in question, so I didn’t even turn it down. So why does CS continue to get unparalleled abuse from people?
Part of the answer lies in the response to another question again - Why did I stop buying and therefore listening to the Creative Sources catalogue in its entirety after the first thirty or so releases? Simply, as a paying customer I could not keep up. Over the past few years the output of the label seems to have risen to some thirty-odd discs a year. Many of the musicians (certainly far from all of them though) are also unknown to me. So why would I spend a lot of money trying to keep pace with that kind of a release schedule when I have no past experience of the musicians involved? In short, there is no reason why I would.
So what I have tended to do over recent years is keep an eye intermittently on the catalogue, and pick up discs every so often that involve musicians I like the work of. It was in fact after putting together a list of half or dozen or so CS discs that had attracted my interest over the last year that I contacted Ernesto to get a price to purchase them. As I had recently spent some time reviewing a couple of CS discs here that had been given to me independently by the musicians he very kindly sent me a large bundle that included the discs I was interested in for free. So now, having not had to pay for them, I can listen to each disc with an unbiased ear and decide for myself if the standard is indeed low or not, and hopefully provide the readers here with some background info with which to make their own decisions.
However, dismissing the label out of hand as a waste of time, without having heard a good portion of the music is misguided, rude and potentially quite arrogant. There seems to be very few commentators out there that have heard the bulk of the catalogue, just a very small handful of reviewers it seems. (this is the first time I have been sent a bundle of discs to review) When I have read extensive writing on large numbers of the releases there seems to be a definite spilt, maybe as high as 50/50 over whether the reviewer in question liked the CDs or not. So why would those that have not heard anything like as many be so damningly critical of the label as a whole? I can fully understand that people do not want to take a 50/50 risk on a purchase, which is why reviews are very important for CS, and I intend to do my bit and write something eventually on every disc I’ve been sent, but just dismissing the label out of hand is misguided in my opinion. Maybe I have been slightly guiltly of this in the past, but as this year has been very much a year of re-evaluation of the musical prejudices I have held it is definitely time to wipe that slate clean and let the music speak for itself. Or not. Time will tell. Richard Pinnell (The Watchful Ear)
Ich fühl mich fast wie Gimli, als er unter ein Warg, eins dieser hyänenartigen Reittiere der Orks, geraden ist. Nur sind auf mich gewöhnlichen Sterblichen 12 - in Worten: zwölf - weitere CS-Releases (eingepackt in Klopapier!) eingestürzt. Argh! Stinking creature. Argh!. Rigobert Dittmann (Bad Alchemy)
Although we have never met in person (but it’s not too late), Ernesto Rodrigues and myself share a silent alliance since the very beginning of our reciprocal enterprises, as he’s always been at the forefront of the thousands who were fooled by copious doses of purple prose hiding a total lack of insightfulness. Creative Sources remains one of the top labels of improvisation around, despite 1) constant criticism by people who don’t actually listen to the music and 2) a sometimes overly egalitarian approach in terms of quality control. Isolated scribblers are perennially submerged by records, thus I am in long delay with the recent releases by Ernie’s imprint. Let’s try and fight back in order not to be counted out by the referee while absorbing fusillades of blows to the ears. Massimo Ricci (Temporary Fault)
A primeira surpresa deste concerto foi ver o pequeno auditório da Culturgest praticamente cheio para assistir a um concerto que não é propriamente um registo “easy-listening”. E esta questão torna-se superlativa pelo interesse que esta música nova desperta, cada vez mais, a um número mais alargado de pessoas.
Convém assinalar que não estamos na presença de nomes muito conhecidos do público tradicional do jazz. Ernesto Rodrigues há muito que vem trilhando um caminho que, embora se cruze aqui ou ali com o jazz, estabelece mais pontes de contacto com as novas correntes reducionistas, ou near-silence, como se lhe quiser chamar. Este tipo de música privilegia o espaço entre sons e não valoriza em demasia a melodia. Sons sónicos e texturas convivem em harmonia com os silêncios num registo em que menos, muitas vezes, é mais.
Já Axel Dörner é um nome conhecido do jazz europeu, pois tem tocado com muitas das luminárias do lado de cá do Atlântico, casos De Alexander Von Schlippenbach, Peter Kowald ou Barry Guy, só para citar alguns, mas é igualmente um mestre da música improvisada, de cariz jazzistico e também deste tipo de músicas mais abstractas e complexas.
Christine Sehnaoui é, de todos os músicos em palco, aquela que apresenta um menor “body of work”. Descobriu a música improvisada em finais do século passado e, só a partir daí começou a desenvolver técnicas de improvisação para saxofone alto, num registo de auto-aprendizagem.
Depois de apresentados os músicos, vamos ver como contribuíram para o que foi apresentado em palco; importa referir antes de mais, que conseguiram ajustar em proveito do conjunto as suas personalidades musicais individuais, tendo criado um espectro sonoro claro, evidentemente muito baseado em explorações tímbricas e de som puro, que privilegiaram texturas mais ou menos angulosas e a utilização total das capacidades dos instrumentos que tocam.
Todos os músicos prepararam, aqui e ali, os seus instrumentos, de forma a extrair deles sons que, tocados duma forma escolástica, nunca seria possível ouvir. Mas estas preparações e estes registos não são “vã pirotecnia”, são antes técnicas que permitem fazer uma utilização extensiva dos instrumentos e que em muito enriquecem o espectro sonoro.
Estes três músicos nunca se tinham encontrado enquanto trio, mas revelaram que conhecem bem a linguagem uns dos outros. Foi frequente entender, ao longo do espectáculo, que se estavam a ouvir muito bem. A verdade é que, num palco largo, optaram por tocar juntos no centro e sem qualquer tipo de amplificação, para que houvesse uma percepção total do som de cada um. Ernesto ao centro, não só porque a viola é o menos histriónico dos instrumentos, mas também porque foi ele que, pontualmente, agregou algumas investidas mais “musicais” dos sopradores, voltando à matriz abstracta e sensorial da sua proposta.
Em suma, assistimos a um concerto de absoluta excepção, que juntou três almas musicais distintas mas que se tornaram visceralmente complementares, quer pela capacidade comunicacional impar, quer pela necessária percepção da semiologia que está subjacente ao entendimento de que esta música significa, acima de tudo, afastamento dos gastos ícones da velha música improvisada. João Pedro Viegas (jazz.pt)