quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Ernesto Rodrigues Quinteto

 


Violinista e violista de vanguarda, o mentor da Creative Sources Ernesto Rodrigues soma quatro décadas no universo do jazz e da improvisação livre. Desafiando as técnicas mais convencionais da composição, fez do experimentalismo o espaço acústico para nova matéria sonora, fundando em 1999 a incontornável Creative Sources Recordings, apostada na divulgação da música experimental e electro-acústica.

Apresenta-se no Aquário da ZDB em formato quinteto com Hernâni Faustino no contrabaixo, Pedro Sousa no saxofone, Rodrigo Pinheiro no piano e João Lencastre na percussão. (ZDB)

Ernesto Rodrigues, Alexandre Gigas e José Oliveira em sessão de música e poesia na Ler Devagar

 


photo: Ernesto Rodrigues, Guilherme Rodrigues & Harri Sjöström

DuoLogues é o evento que vai juntar Alexandre Gigas, Ernesto Rodrigues e José Oliveira na livraria Ler Devagar, em Lisboa, para um diálogo entre música e poesia no próximo dia 18 de Junho, a partir das 18 horas.

Alexandre Valinho Gigas é um poeta e performer de 45 anos que reside entre Coimbra e a Serra dos Candeeiros. Formado em Arqueologia, conta à data com seis livros publicados e vários textos espalhados pela imprensa nacional, integrando ainda projectos como TEKOHA e a Rádio Universidade de Coimbra, para a qual contribui com a rubrica 5 Minutos de Poesia.

A ajudar na harmonização das palavras vão estar os músicos Ernesto Rodrigues (na viola) e José Oliveira (na percussão), que começarão em duo e só depois, no final, darão espaço para as palavras de Gigas. O primeiro é já dono de uma longa discografia, tanto a solo como através dos vários grupos que ajudou a estabelecer — Fromage Digital, Variable Geometry Orchestra, Lisbon String Trio e Spiegel são apenas alguns deles — e estende a sua arte entre a música contemporânea e o free jazz, com uma orientação focada nos elementos sonoros e texturais. O segundo descreve-se enquanto um instrumentista autodidacta, frequentou estudos nas áreas de antropologia e etnomusicologia e conta com várias obras editadas, entre livros e discos, sendo ainda uma figura activa na área da performance-art e da mail-art desde os anos 80. ReB Team (Rimas e Batidas)


terça-feira, 28 de junho de 2022

Ernesto Rodrigues, Bertrand Gauguet e Ricardo Guerreiro no Liceo Mutante!

 


Ernesto Rodrigues (violín/viola) é un dos grandes nomes da improvisación electroacústica. A súa práctica privilexia o imprevisible a partir do encontro creativo con outros músicos nos máis diversos contextos. Ao longo dos deus 30 anos de carreira traballou con infnidade de músicos procedentesde todos os ámbitos, por exemplo: Rhodri Davies, Eugene Chadbourne, Mazen Kerbaj ou Arrington de Dionyso .

A relación cos seus instrumentas focalízase nos elementos sónicos e as texturas así como no emprego de técnicas extendidas. A música electrónica foi unha influencia temperá no seu achegamento ao violín, que cuestiona os conceptos románticos e tradicionais a través do uso de preparacións (no sentido de Cage) e microafinacións. Fundou e dirixe a Variable Geometry Orchestra dende o ano 2000. O seu extenso traballo está sobre todo documentado en Creative Sources, editora que inicou en 2001 e que é hoxe unha das máis relevantes do panorama internacional. (Liceo Mutante)

domingo, 6 de março de 2022

O voo do improviso

 




No dia 3 de março o Cosmos Campolide acolheu um quinteto que juntou Ernesto Rodrigues, Maria da Rocha, Bruno Parrinha, Luís Lopes e João Valinho. O grupo embarcou numa travessia assente na improvisação livre. Entrámos na viagem.


Após a pausa, há lugar ao renascimento, ao tempo da germinação. É o momento da observação, da descoberta, e são muito boas algumas das novidades que surgem no universo da música improvisada. Foi assim, na passada quinta-feira - uma noite de intensos sentidos, de partilha, de calor humano. Noite de música, de encontro de ouvidos e sons que se faziam forte e piano, intenso e fraco, longo e curto, num respeito mútuo que também se assumia rebelde.

Foi no Cosmos Campolide que Ernesto Rodrigues, viola de arco, se juntou a Maria da Rocha, violino, Bruno Parrinha, clarinete baixo, Luís Lopes, guitarra acústica, e João Valinho, percussão. Não poderia haver melhor local para este encontro. O Cosmos Campolide é um espaço cultural recente, que divide as instalações com o Campolide Atlético Clube, e começa agora a ser um ponto quase obrigatório para amantes da música improvisada e experimental.

Numa sala dotada de uma vibração muito sensorial, entre as suas paredes fomos transportados para um ambiente perdido algures, num tempo esquecido, do qual sobra agora o que se espalha pelo espaço - os bilhares descaídos, os tectos ornamentados de cor esbatida, as madeiras que insistem em ranger, o fumo suspenso, os candeeiros de luz quase sumida, as cadeiras de almofadas fundas.

O som era concentrado, ao mesmo tempo que fluía pelo silêncio do público atento da sala, combinando-se com os ruídos sonoros da mobília antiga, cuja madeira insistia em participar.

Com as vozes de fundo dos praticantes de boxe da sala ao lado, os músicos deram as primeiras notas, demonstrando de imediato convicção no seu som, originando uma transição gradual, espontânea, de vozes graves e agitadas para notas agudas da viola e do violino, de intensidade piano, ao que se juntou o som longo e grave do clarinete, o ponteado da guitarra e o movimento suave da percussão. Em poucos segundos o silêncio da concentração de quem queria escutar fez-se sentir – começámos a viagem.

Foi um concerto dividido em duas partes. Uma primeira mais minimalista, atenta ao pormenor, e uma segunda mais agitada, com momentos de clímax e muita energia. Foi notória a qualidade dos executantes - uma mistura entre a técnica instrumental, a sensibilidade para a escuta do outro, entrosando diálogos contínuos de respeito mútuo, em movimentos ora rápidos, ora lentos, de resposta cirúrgica, de ouvido clínico. De destacar, em todos os músicos, a atitude colocada em cada nota, a precisão na afinação, a exactidão das notas curtas, quase em forma de stacatto, o som limpo das notas longas, a sensibilidade da percussão para o tempo certeiro, nem mais nem menos. Houve momentos de diálogos quase silenciosos entre o violino e a viola, por vezes bruscos, outras vezes em rodopio, como se fosse uma mosca que segue o seu voo a ziguezaguear; um clarinete a suportar o som grave, ora em baixo contínuo, ora com pequenos desvios de caminho, intrometendo-se com os sons agudos. A guitarra foi desenhando ponteados, a ornamentar a imagem sonora. Toda esta dinâmica foi sustentada por uma percussão cuidadosa e sensível ao cenário envolvente.

Foram minutos de agradável surpresa e prazer, de equilíbrio e de constante comunicação. A empatia floresceu na sala, entre músicos e público. Sofia Rajado (Jazz.pt)


sábado, 5 de março de 2022

The Rodrigues Family still on the road! Four autumn releases!

 


photo by Luciana Fina


Kolejny sezon niekończącego się serialu kameralnych improwizacji w wykonaniu Rodziny Rodrigues czas zacząć! Zapraszamy na cztery najnowsze płyty Ernesto Rodriguesa i jego syna Guilherme, upublicznione minionej jesieni, zarówno w formie wygodnych płyt kompaktowych, jak i plików elektronicznych, dostępnych na bandcampowych stronach obu artystów.


Zestaw ów wydaje się nad wyraz ciekawy, albowiem altowiolinista i wiolonczelista doprosili do swoich nagrań sporą rzeszę muzyków, który parają się nie tylko swobodnie improwizowaną kameralistyką, ale także grywają niekiedy całkiem soczysty free jazz! W tym gronie znajdziemy zarówno męskich weteranów, jak i kobiece aspirantki, saksofonistów, kontrabasistów, pianistkę, wokalistkę, puzonistę, perkusjonalistę, a także tropiciela dźwięków terenowych.  Jak na dość hermetyczny świat Panów Rodrigues, paleta propozycji dalece szeroka. Andrzej Nowak (Trybuna Muzyki Spontanicznej)