sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Distopia – concerto de improvisação

 





photo by Luciana Fina

Aclamado mundialmente e com 40 anos de carreira, Ernesto Rodrigues trará a sua mestria em improvisação e em música contemporânea mostrando num concerto único, a forma também ela única como se relaciona com os seus instrumentos explorando o aspetos mais texturais e sónicos dos mesmos, numa abordagem nova onde é inegável a forte influência da música electrónica. 

Com colaborações com músicos do mundo inteiro e uma discografia extensa, Ernesto Rodrigues desafiou os impossíveis ao despir uma orquestra de partituras e mostrando as maravilhas que são possíveis ao subverter conceitos clássicos e académicos, recorrendo ao improviso e ao uso de micro tonalidades, criando uma experiência imersiva e quase provocatória de sentidos e sentir, onde a produção artística coletiva supera a individual, criando de todas as vezes, in loco um concerto único que nunca mais se repetirá. (A Voz do Algarve)

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Creative Sources Recordings: a arte de domar o indomável

 



Se falarmos da arte de domar o indomável, no campo da música, a história da Creative Sources Recordings pode ser o melhor exemplo, se não o único, que temos em Portugal, em especial nos campos da improvisação, experimentação e eletroacústica.

Se falarmos da arte de domar o indomável, no campo da música, a história da Creative Sources Recordings pode ser o melhor exemplo, se não o único, que temos em Portugal. Editora discográfica fundada em 2001 por José Ernesto Rodrigues, sob a sua alçada foram até hoje editados mais de sete centenas de discos dedicados à improvisação, à experimentação e à eletroacústica, para resumir o mais possível. Mas com tantas edições e um número ainda mais impressionante de músicos que fariam parte de eventual ficha técnica exaustiva, há muita mais música — ou géneros de música — para além desta redutora descrição.

Ernesto Rodrigues nasceu em Lisboa, a 29 de agosto de 1959. Orientado pelo oboísta, compositor e maestro Wenceslau Pinto, frequentou a Academia de Amadores de Música e, depois, o Conservatório Nacional, onde viria a estudar violino e composição. Estudou com Emmanuel Nunes, Paulo Brandão e Eurico Carrapatoso e integrou workshops e outras formações com Jorge Peixinho, Constança Capdeville e outros compositores. Como músico, Ernesto Rodrigues participou em discos de Fausto, Jorge Palma, Carlos Bechegas, Flak, Sitiados, Bernardo Devlin e Sei Miguel estreando-se em nome próprio, num duo com Jorge Valente, ex-Plexus, no CD Self Eater And Drinker, editado pela audEo, em 1999.

O principal interesse do violinista, como se percebia nesse disco, estava na música contemporânea, eletroacústica, e na ligação entre a obra composta e a improvisação livre. Nota-se que há na sua obra uma relação dinâmica entre a organização dos sons e a sua modulação mais, ou menos, espontânea. Alargando a sua dedicação a outro cordofone de arco, a viola, a sua criação musical seguiu cada vez mais um trajeto de distanciamento dos conceitos clássicos, preparando recorrentemente o violino ou a viola e intervindo ao nível da microtonalidade. Da sua criação sonora saem obras para música de dança, bandas-sonoras, artes plásticas e intervenção poética. Colaborou com muitos nomes destacados no panorama nacional e internacional da música improvisada e fundou ou integrou os grupos Metropolis, Fromage Digital, Lautari Consort, IKB (da expressão International Klein Blue), String Theory, Iridium String Quartet, Suspensão, Lisbon String Trio, Diceros, L'Ensemble Instable, Octopus, Isotope Ensemble, Luso-Scandinavian Avant Music Orchestra, New Thing Unit, Free Music Septet e a Variable Geometry Orchestra. Aliás, o duo formado por Ernesto Rodrigues e Jorge Valente, a que acima nos referimos, também já se chamou Orquestra Vermelha.

A Creative Sources estreia-se em 2001 com o CD Multiples, assinado em trio por Ernesto Rodrigues (violino, viola e também saxofone soprano), pelo seu filho Guilherme Rodrigues (violoncelo) e por José Oliveira (percussão e guitarra acústica). Nesse ano a editora lançaria mais quatro discos, depois outros quatro em 2003 e a partir daí regista-se uma intensa atividade editorial que, a três meses do final de 2021, conta já com mais de 700 referências lançadas. Registe-se também a realização do Creative Sources Festival, que tem lugar em Lisboa e apresenta ao vivo, ultimamente no espaço do O’culto da Ajuda, novos valores e nomes consagrados da música improvisada, experimental e eletroacústica, de Portugal e do resto do mundo. Acrescente-se ainda que a generalidade das edições discográficas e do material de comunicação da editora tem um traço gráfico comum e característico, uniformizador, assinado pelo músico e designer Carlos Santos.

A Creative Sources Recordings tem vindo a fazer, de forma cada vez mais notável, essa tarefa exigente e difícil de domar o indomável. Ou seja, a de dar um espaço de vida à música livre, seja improvisada, experimental ou eletroacústica, apresentando-nos um imenso conjunto de pequenas memórias discográficas, como as pedrinhas que se amontoam na areia das praias que visitamos e perante as quais sentimos o natural desejo de criar ligações, de acolher memórias, de as explorar sensorialmente e de as manter connosco para a vida. Luis Freixo

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Creative Sources Recordings

 


photo: Ernesto Rodrigues, Hui Chu Lin, Guilherme Rodrigues & Marie Takahashi 


Tra le più produttive etichette discografiche dell’improvvisazione libera c’è sicuramente la Creative Sources di Ernesto Rodrigues. Oggi è un pò più semplice ascoltare la musica di Rodrigues e degli artisti che vi partecipano, grazie allo spirito di liberalità del portoghese e dei molti musicisti coinvolti: sia Rodrigues che i musicisti che incidono i cds su Creative Sources hanno raccolto (quasi tutti) la loro musica su una personale pagina bandcamp. Ho sondato una percentuale molto alta della produzione complessiva del 2020 della label portoghese e qui vi riporto un resoconto di alcuni lavori che mi sembra doveroso segnalare e che mi permettono di introdurre su queste pagine nuovi bravi artisti. Devo dire che l’etichetta di Ernesto mi sembra sempre più centrata sugli argomenti della libera improvvisazione, con una crescita delle produzioni di qualità. Ettore Garzia (Percorsi Musicali)


domingo, 1 de agosto de 2021

La scena jazz portoghese

 



La musica jazz ed improvvisata portoghese continua a stupire per il fervore musicale dei suoi principali centri e per la maturità raggiunta dai suoi musicisti. I nuovi factotum portoghesi sono le etichette discografiche: nel 2001 si fondano la Creative Sources Records di Ernesto Rodrigues (importante riferimento per l’improvvisazione libera) e la Clean Feed Records di Pedro Costa, etichetta di Lisbona attiva su più generi jazzistici: entrambe hanno fatto conoscere al pubblico una vera e propria pletora di artisti, ognuno con le sue specificità, dando vita ad un compendio completo del jazz di un secolo: partendo dalle ben note origini latine, i musicisti hanno percorso territori vicino al loro sentiment, abbracciando i generi storici del jazz (dal be-bop alla fusion, dal free alle avanguardie) e producendo nel contempo un loro status musicale. Certo, non sempre si tratta di prodotti particolarmente innovativi, va da sé che bisogna scavare nelle proposte, tuttavia nel complesso il risultato è molto positivo e spinge ad una costante attenzione sull’attività di questa scena. Ettore Garzia (Percorsi Musicali)

quarta-feira, 7 de abril de 2021

LE LISBON STRING TRIO LANCE LES INVITATIONS

 



Que le Portugal soit terre de musiques improvisées, c’est devenu une habitude. Que la scène lisboète ne soit pas avare de cordes de talents, de la guitare de Luis Lopes au violon de Carlos Zingaro, c’est un constat qui ne prend guère de temps pour être validé. Singulièrement grâce à l’insatiable travail d’Ernesto Rodrigues, acteur lusitanien incontournable de l’archet qui anime à l’alto depuis quelques années le Lisbon String Trio (LST).


Ses compagnons sont immuables : Miguel Mira au violoncelle et Alvaro Rosso à la contrebasse. Les compositions instantanées et collectives de l’orchestre s’inscrivent souvent dans une lecture très contemporaine - une expression que Rodrigues côtoie voire tutoie depuis des décennies.


Ernesto Rodrigues n’est pas le plus connu des musiciens de la péninsule ibérique, du moins dans l’Hexagone. Enregistreur infatigable, fondateur du label Creative Sources qui nous offre des pépites, il s’est saisi du format dématérialisé pour illustrer ses rencontres, tisser des liens et témoigner de manière régulière de ce qu’il faut considérer comme un constant work in progress. [...] Franpi Barriaux (citizen jazz)