Photo: Ernesto Rodrigues with António Chaparreiro and José Oliveira
[...] Para o fim do festival ficou guardada a actuação da Variable Geometry Orchestra. Esta orquestra, dirigida por Ernesto Rodrigues, apinhou o palco da loja Trem Azul com duas dezenas de elementos. Partindo da improvisação livre, a música segue através das múltiplas sugestões individuais, quebrando-se nas indicações (breves, sóbrias mas marcantes) do maestro Rodrigues. A estrutura da instrumentação deste grupo começa por sugerir uma aproximação ao free jazz (pela utilização de inúmeros sopros), mas acaba por enveredar por estéticas variadas – o que é derivado também da utilização de instrumentos menos usuais (tapes, acordeão, electrónicas). Se a multiplicidade de sugestões é enorme, a sua exposição acaba por ser reduzida, ficando comprometida pela sobreposição constante das vozes. Ainda assim há espaço para alguns momentos individuais - Alípio C. Neto, Sei Miguel, Peter Bastiaan ou Ernesto Rodrigues, por exemplo. Nas diversas formas de música que ali surgiram sobrepostas, a aposta VGO valeu enquanto laboratório de experimentação total. Foi um final de risco para um festival que conciliou músicos consagrados com outros ainda em crescimento, entre o jazz e a improvisação. Nuno Catarino (Jazz.pt)
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