quarta-feira, 16 de junho de 2010

















Photo: Ernesto Rodrigues with Sharif Sehnaoui

Um facto histórico respeitante à música improvisada nacional, aconteceu na acolhedora sala da Associação Cultural Abril em Maio (Lisboa). E se é difícil sobreviver ao exaltar uma forma de expressão pouco acarinhada, mais aventurado se torna conseguir reunir 12 músicos e formar uma Orquestra onde improvisação e liberdade assumem o papel principal. Tendo em conta o exímio trabalho que Ernesto Rodrigues tem desenvolvido ao longo destes anos, acrescentando a concepção e condução deste magnífico projecto. É chegada a hora de reconhecer a solidez, não só enquanto músico, como também valorizar a sua postura, que o torna uma "figura" fulcral da livre expressividade nacional.
Predominada por elementos de sopro, esta Orquestra de Geometria Variável apresentou-se em duas partes distintas. Apreciando e qualificando a primeira parte de alto nível, todos os instrumentistas se apresentaram de forma considerável detonando uma plena sintonia com o desígnio deste projecto. Destacando o saxofone soprano de Marco Franco (possuidor de um sopro forte e conciso) e a delicada sonoridade proveniente da guitarra de António Chaparreiro, edificaram-se como essenciais suportes para que Ernesto Rodrigues adoptasse uma postura mais solta para o necessário trabalho de condução. Aguarda-se com expectativa a gravação deste empreendimento bem como uma actuação para um público mais abrangente. Ficamos à espera.
Carlos Lourenço

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