quarta-feira, 16 de junho de 2010



















Photo: Ernesto Rodrigues with Aaron González



Em seis anos de actividade editorial a Creative Sources Recordings afirmou-se no plano internacional como uma das mais relevantes etiquetas especializadas nas novas tendências de improvisação. Com mais de oitenta discos editados até ao presente momento, a editora fundada e dirigida por Ernesto Rodrigues vem documentando de forma surpreendentemente activa as movimentações nas músicas improvisadas neste início de século XXI, tendo-se focalizado principalmente em redor da estética reducionista (mas não só). Para além de ter registado trabalhos dos mais importantes exploradores nacionais (Margarida Garcia, Rafael Toral, Sei Miguel), fazem parte do catálogo da editora nomes de referência como Tetuzi Akiyama, Günter Müller, Oren Marshall, Rhodri Davies, Axel Dörner, Mazen Kerbaj, Dan Warburton, entre vários outros. No entanto, a maior fatia de contributo criativo para o catálogo da editora vem do seu próprio líder, Ernesto. Participante em quinze álbuns, o violinista explora em cada situação diferentes instrumentações, registos e colaboradores, apresentando em cada disco um trabalho fresco, ímpar, irrepetível. Estudioso do compositor Emmanuel Nunes, Rodrigues advoga que a composição está presente no seu trabalho, mesmo que seja trabalhada em tempo real e não seja evidente. Sobre este facto, afirmou numa entrevista ao Bodyspace: “Mesmo quando se improvisa, há uma gestão/estruturação de materiais contínua em tempo real e a minha formação passa sem dúvida pela absorção de inúmeros conceitos e métodos que intrinsecamente se ligam à sua fortíssima personalidade musical e humana.” A exploração textural e sónica que Ernesto Rodrigues faz da viola (ou, ocasionalmente, violino) é apenas uma extensão do seu trabalho musical, que tem na interacção talvez a parcela mais importante. Estes sete registos aqui referenciados documentam a fase mais recente da produção de Ernesto Rodrigues (2005/2006) e são uma mostra irrefutável de dinâmica e fulgor criativo. [...] Nuno Catarino (Bodyspace)

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